segunda-feira, 26 de agosto de 2013


"Eu estava cansado, era isso. Cansado de todas as expectativas que havia me forçado a criar. Cansado de desperdiçar minhas noites de sono, meus dias livres, minhas manhãs de calmaria, minhas tardes de poucos embalos e até os embalos de sábado à noite, com quem não queria ficar. Com quem não merecia estar.

 Há uns tempos venho me perguntando se eu que desacreditei no amor ou se só tenho um jeito diferente de ver tudo isso. Não consigo entender carências que se juntam sem sentimento, não consigo entender o ‘eu te amo’ no dia seguinte ao que a gente se conheceu. Não consigo dizer que não posso viver sem você, se eu já vivi até aqui, sem você.

Esse mundo segue tão louco. Nossos dias cada vez mais cheios. Nossas mentes sempre sobrecarregadas de tantas preocupações, trabalhos, estudos, e ainda assim queremos outra pessoa para se preocupar. Pra ajudar a dividir os pesos. Pra viver no singular, de forma plural.

Talvez um dos meus maiores defeitos seja analisar as situações antes de tomar o primeiro passo. Talvez um dos meus piores gestos seja esperar pra saber até onde o outro é capaz de ir sem mim, pra só depois ir atrás. É que já quebrei a cara tentando agir sem pensar, deixando me embebedar por conversas doces, por carinhos, por afagos, por pessoas que, sei lá, queriam só brincar. Ou como elas mesmas disseram: “não estavam na mesma vibe”.

Sei que alguns não levam essa história de sentimento tão a sério. Conheço gente que acha que beijo é coisa à toa, que namoro e ex-namorado não se marcam no currículo. Gente que talvez seja muito mais feliz que eu, mas, que, talvez não tenha construído nada tão sólido. Nada que dure mais que três meses ou um presente caro no dia dos namorados cujas parcelas vão durar mais que o ‘amor’.

Tenho medo de quem tem medo de ficar sozinho. Tenho medo de quem não sabe conviver com um período longo sem ter alguém pra chamar de seu. Essas pessoas embarcam sempre em relacionamentos frustrados, frustrando os outros com suas próprias frustrações. Gente que não sabe muito bem conviver consigo, nem outro alguém. Gente que só pra não dormir sozinho, inventa um amor eterno por semana e dorme de conchinha até com desconhecido.

Acho que meu problema é não saber bem definir essa coisa que chamam de “casual”. Não sei viver de casos. Não sei nem contar meus casos, imagina lá, viver alguns. Reconheço que nem sempre meus beijos precisam carregar paixão. Sei que, às vezes, beijar por beijar é até aceitável, essencial, mas cara, namoro sem amor, pra mim, é como coca-cola quente. Desce queimando e só melhora com gelo.

Talvez eu tenha desacreditado no amor, ou talvez só tenha passado a vê-lo de uma outra forma. A verdade é que eu estava cansado, era isso. Cansado de todas as expectativas que havia me forçado a criar. Cansado de algumas formas de amor. Cansado da casualidade que era isso. Ou talvez falte só alguém capaz de domar esse meu coração selvagem e me mostrar que tudo que eu aprendi até hoje sobre sentimentos, estava errado. Talvez, eu também estivesse certo ou só parcialmente errado. Quem é alguém para apontar os meus defeitos, quem sou eu para apontar o amor de alguém."

Matheus Rocha

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