Eu pensei em atravessar a rua
E dizer que a minha vontade
era tua, era você.
Mas você desistiu de esperar
e foi embora,
Como se tivesse sido traído
pelo próprio destino, pela nossa história.
Estava escrito, no fundo dos
teus olhos, que eles eram meus,
A certeza de que todos os
minutos, daquele dia em diante, seriam nossos...
E o meu propositado atraso
foi o primeiro sinal de dúvida:
Por um segundo, te burlei da
narrativa,
Te risquei da trajetória, só
para criar um mundo sem você
(sem teu sorriso, sem teu
ruído).
As pernas não se moveram,
Medo e insegurança
embaralharam tudo, confundiram os planos,
Nos colocaram em risco, em
mesa...
E a verdade é que esperei -
de mim - uma resposta absolutamente correta
(que nunca viria):
A certeza que só existe nos
corações calmos e silenciosos
(no seu)
(não no meu).
E você ficou por tanto tempo
lá, onde eu disse que estaria...
Foi o mais digno de nós dois:
confiou em todos os remendos, em todos os erros,
(confiou em mim, quando eu
mais duvidei do meu reflexo nos teus pensamentos).
E os teus passos nervosos e
rápidos evidenciavam o meu atraso
(e eu cronometrava juntamente
com você minha indecisão)...
Entenda (se de algo servem
essas palavras atrasadas):
Eu pensei em atravessar a rua
E dizer que a minha vontade
era sua, era você...
Eu pensei em atravessar a tua vida
(e te trazer de volta para a minha)...
http://deborahsimoes.blogspot.com.br/
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