domingo, 29 de dezembro de 2013

Eu pensei em atravessar a rua
E dizer que a minha vontade era tua, era você.
Mas você desistiu de esperar e foi embora,
Como se tivesse sido traído pelo próprio destino, pela nossa história.
Estava escrito, no fundo dos teus olhos, que eles eram meus,
A certeza de que todos os minutos, daquele dia em diante, seriam nossos...
E o meu propositado atraso foi o primeiro sinal de dúvida:
Por um segundo, te burlei da narrativa,
Te risquei da trajetória, só para criar um mundo sem você
(sem teu sorriso, sem teu ruído).
As pernas não se moveram,
Medo e insegurança embaralharam tudo, confundiram os planos,
Nos colocaram em risco, em mesa...
E a verdade é que esperei - de mim - uma resposta absolutamente correta
(que nunca viria):
A certeza que só existe nos corações calmos e silenciosos
(no seu)
(não no meu).
E você ficou por tanto tempo lá, onde eu disse que estaria...
Foi o mais digno de nós dois: confiou em todos os remendos, em todos os erros,
(confiou em mim, quando eu mais duvidei do meu reflexo nos teus pensamentos).
E os teus passos nervosos e rápidos evidenciavam o meu atraso
(e eu cronometrava juntamente com você minha indecisão)...
Entenda (se de algo servem essas palavras atrasadas):
Eu pensei em atravessar a rua
E dizer que a minha vontade era sua, era você...
Eu pensei em atravessar a tua vida
(e te trazer de volta para a minha)...

http://deborahsimoes.blogspot.com.br/

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